Em 7 de maio de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, alcançando 14,75% ao ano. Este é o maior patamar desde agosto de 2006, marcando a sexta alta consecutiva na tentativa de conter a inflação persistente, que atualmente está em 5,49%, acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central.
Por Que a Selic Está Subindo?
A decisão do Copom visa controlar a inflação, que tem sido impulsionada por fatores como o aumento dos preços de alimentos e energia, além de incertezas na economia global. O comunicado do Copom destaca a necessidade de cautela diante do cenário incerto, indicando que futuras decisões dependerão dos dados econômicos disponíveis.
Impactos na Economia Real
Empréstimos e Financiamentos Mais Caros
Com a Selic em alta, o custo do crédito aumenta. Empréstimos, financiamentos e parcelamentos se tornam mais onerosos, afetando diretamente consumidores e empresas. Financiamentos atrelados à taxa Selic ou ao CDI são os mais impactados, tornando aquisições como imóveis e veículos mais difíceis.
Investimentos Mais Atraentes
Por outro lado, investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs, passam a oferecer retornos mais atrativos. Isso pode incentivar a poupança e reduzir o consumo, contribuindo para a desaceleração da inflação.
Crescimento Econômico em Risco
Estudos indicam que um aumento de 1 ponto percentual na Selic pode reduzir o crescimento do PIB em até 0,3 ponto percentual ao longo de 12 meses. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê um crescimento do PIB de 2,3% em 2025, uma queda em relação aos 3,4% de 2024, atribuindo essa desaceleração à política monetária contracionista.
Aumento dos Gastos com a Dívida Pública
A elevação da Selic também impacta os gastos do governo com o pagamento de juros da dívida pública. Com a nova taxa, estima-se que essa despesa possa alcançar R$ 1 trilhão em um ano, um aumento significativo em relação aos R$ 935 bilhões registrados nos 12 meses anteriores.
Perspectivas Futuras
Apesar da recente alta, o Banco Central sinalizou que futuras decisões dependerão da evolução dos indicadores econômicos. Alguns economistas acreditam que a Selic possa atingir 15% ainda em 2025, caso a inflação não ceda conforme o esperado.
O cenário atual exige equilíbrio entre o controle da inflação e a manutenção do crescimento econômico. A política monetária continuará sendo ajustada conforme as condições econômicas, buscando estabilidade e confiança no mercado.