Setor movimenta trilhões e atrai gigantes dos pagamentos, como PayPal, Stripe e Visa

O fornecimento de Tether (USDT), a maior stablecoin do mercado, ultrapassou a marca histórica de US$ 150 bilhões em circulação, consolidando ainda mais sua liderança no setor. Segundo dados da Defillama, o crescimento de 3,79% no último mês elevou a participação do USDT para 62% do mercado de stablecoins, à frente do USDC, sua principal concorrente.

Gráfico mostrando o fornecimento do Tether USDT ultrapassando US$ 150 bilhões em maio de 2025.
Fornecimento de Tether (USDT) ultrapassa US$ 150 bilhões e alcança novo recorde histórico no setor cripto.

Lançada em 2014, a Tether celebrou o marco nas redes sociais, ressaltando seu papel pioneiro: “Hoje, o USD₮ conta com a confiança de mais de 400 milhões de pessoas e impulsiona a economia digital”, destacou a empresa no X (antigo Twitter).

Volume de transações salta para US$ 3,4 trilhões em um mês

O avanço do USDT reflete uma tendência mais ampla: o crescimento acelerado das stablecoins como meio de pagamento digital. Apenas nos últimos 30 dias, o volume de transações com stablecoins superou US$ 3,4 trilhões, de acordo com a Artemis Analytics — um aumento de 31,45% no período.

Gráfico comparando volume de transações de stablecoins com processadoras tradicionais, superando a Visa.
Stablecoins superam Visa em volume de transações, com mais de US$ 3,4 trilhões movimentados em apenas um mês.

Mesmo ao considerar ajustes que excluem arbitragem e volume intraexchange, o valor permanece expressivo: US$ 2,3 trilhões em transações on-chain, com uma média diária de US$ 75 bilhões. Além disso, foram registradas 717,6 milhões de transações no mês, envolvendo 28,7 milhões de endereços únicos, sinalizando ampla adoção.

Adoção institucional: Stripe, PayPal e Visa apostam em stablecoins

Diante desse crescimento, empresas tradicionais de pagamentos vêm incorporando stablecoins às suas estratégias. A fintech Stripe lançou uma conta corporativa com stablecoin em 101 países e anunciou um cartão em parceria com a Ramp. Já o PayPal ampliou a presença da PYUSD, sua stablecoin própria, que agora soma quase US$ 1 bilhão em capitalização após introduzir um rendimento de 3,7% ao ano.

Até a Visa entrou no jogo, investindo na BVNK, startup especializada em infraestrutura de pagamentos com stablecoins. O movimento reforça como essas moedas digitais lastreadas em dólar estão se integrando à infraestrutura financeira global.

Tron lidera crescimento; stablecoins menores ganham tração

O maior crescimento de oferta foi registrado na rede Tron, com aumento de US$ 12,2 bilhões nos últimos três meses. Ethereum e BNB Smart Chain ficaram para trás, com altas de US$ 1,7 bilhão e US$ 2,3 bilhões, respectivamente.

Outras stablecoins também têm mostrado crescimento relevante:

  • BUIDL (BlackRock): +19,3%, com US$ 2,89 bilhões
  • DAI (MakerDAO): +12,07%
  • PYUSD (PayPal): +5,16%

O setor como um todo alcançou uma capitalização recorde de US$ 242,81 bilhões, e agora figura entre os maiores detentores de títulos do Tesouro dos EUA, ultrapassando países como Alemanha, México e Coreia do Sul, segundo relatório da Bitwise.


Conclusão

O avanço do Tether e de outras stablecoins aponta para uma mudança estrutural no mercado de pagamentos digitais. À medida que gigantes financeiros aderem ao setor e o volume de transações cresce exponencialmente, as stablecoins se consolidam como um pilar da nova economia descentralizada.